Café: Alta nos preços altera perfil de compra no mercado interno, mas consumo segue firme 4o1854
1j85s
Com os mais lentos do que nos anos anteriores, a safra 2022 de café do Brasil começa avançar nas principais áreas de cultivo. Após seca prolongada e geadas, o volume da produção ainda é incerto. Com um mercado que continua apresentando volatilidade intensa, muito tem se falado sobre o consumo interno no Brasil.
Com a quebra do café arábica no ano ado e que será sentida de alguma forma na produção atual, no ano ado os preços da matéria prima, ou seja a saca de café cru, avançaram 130% e consequentemente chegou até o consumidor final. Seis meses após o primeiro reporte da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), indicando preocupação com a alta nos preços, os números atualizados mostram que até o mês de maio o consumo de café permaneceu estável no mercado nacional.
De acordo com informações de Celírio Inácio da Silva, diretor executivo da ABIC, no acumulado do ano o consumo de café registrou apenas 0,1% de baixa, o que em volume representa três mil sacas. Ao Notícias Agrícolas, Inácio explicou que atualmente a ABIC faz o acompanhamento através de dois sistemas, o de produção - que não significa necessariamente que aquele volume foi comercializado e também pelo sistema "Horus" - que se tratam das informações readas pelos pontos comerciais à ABIC.

"Tecnicamente não tivemos queda de venda, apesar do mercado ter se assustado com a alta nos preços. O café tem um elemento específico que é o consumidor reagindo na primeira compra, na segunda, se necessário, ele procura por outra marca", explica.
Os números da ABIC mostram que apesar da crise que foi campo à xícara, o consumo de café no mercado interno se manteve firme. O Brasil fechou o ano com o consumo 21,5 milhões de sacas, o que representou alta de 1,71%. Neste período, o único alerta emitido oficialmente pela ABIC foi em dezembro de 2021, justamente quando os preços subiram 40% para o consumidor final. Na época, a ABIC registrou queda de aproximadamente 14%.
Leia mais: 1rcf
Nos primeiros primeires meses de 2022, no entanto, Inácio explica que o brasileiro adotou uma nova forma de comprar o produto, mas não deixou de tomar o café. "É esperado que o consumidor busque por outras marcas e vá se adaptando. Claro que nos primeiros meses que sentiu a alta nos pontos de venda, houve essa queda. O Brasil muda o padrão de compra, mas não deixa de consumir", complementa. A ABIC segue trabalhando em ações para fomentar o consumo da bebida e também com foco em garantir a segurança do consumidor final através dos selos de qualidade.
Leia mais: 1rcf
Já em relação ao cenário atual das indústrias de café, Inácio destaca que o setor acompanha o avanço da colheita da safra 22, que inclusive está atrasada em relação aos anos anteriores. Mas, comparando o mês atual com dezembro do ano ado, o porta-voz afirma que o cenário continua sendo de oferta restrita e com negócios sendo fechados a medida que o produtor precisa fazer caixa, mesmo com o avanço do café conilon no mercado interno.
"Falando sobre as indústrias o cenário continua exatamente da mesma forma que estava. Quem comprou, se abasteceu no final do ano ado ainda tem uma janela confortável. O produtor vende aos poucos, o café continua muito disputado", conclui. De acordo com analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas, após recuo nos preços também do conilon nas últimas semanas, a tendência é que o mercado siga "travado" no mercado interno até que se entenda o tamanho da safra brasileira.
0 comentário 5m3a5l

Preços do café recuam nas bolsas internacionais a medida que colheita da safra/25 avança no Brasil

Doenças ameaçam produtividade das lavouras de café para safra/26 em Simonésia-MG

Cooxupé informa colheita de café alcançando 10,1% de área de atuação

Bom ritmo da colheita do café robusta no Brasil derruba os preços na manhã desta 3ª feira (03)

Colheita do café avança no Brasil, mas clima seco preocupa e mercado segue atento na produtividade

Exportações de café na Bahia têm alta de 480% em abril, aponta relatório da Faeb; agro cresceu 32% neste período