ICE tem 53 mil sacas de café pendentes: Mercado cheio de dúvidas e recuperação ainda lenta dos estoques 172g65
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Repleto de incertezas, com negócios praticamente travados e mantendo a volatilidade acentuada, o mercado de café também segue monitorando a movimentação dos estoques de café certificado na ICE.
Em janeiro de 2023 a ICE tinha mais de 230 mil sacas pendentes de avaliação e apesar do volume chamar atenção, boa parte deste café não foi aceito com os padrões ICE e os estoques continuam em recuperação lenta após a baixa de 20 anos ocasionada pela Covid-19 e pelos imes logísticos nos últimos anos.
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De acordo com levantamento realizado pela Pharos Consultoria, até a tarde desta terça-feira (7), a ICE tinha 53 mil sacas de café pendentes de aprovação. Deste montante, 46.512 mil sacas estão em Antuérpia na Bélgica, importante polo de recebimento e distribuição de café na Europa.
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"Com aquele volume de mais de 230 mil sacas, o mercado teve uma pressão muito grande. A ICE não certificou tudo e não se viu esse volume de café em nenhum outro lugar", comenta o analista Haroldo Bonfá.
Há alguns meses o mercado observa oscilação significativa nos estoques da ICE. Mas o analista chama atenção que apesar de volume tão significativo para aprovação, os estoques continuam em queda. Até a tarde desta terça, o volume era de 766 mil sacas. Em janeiro, a ICE contava com 815 mil sacas de café certificado.
"Isso significa que está saindo mais café do que está entrando. O mercado realmente está preocupado em saber se terá café suficiente para abastecimento, e tudo isso se demonstra nos preços que estamos vendo", acrescenta.
Outro fator interessante é que o mercado voltou a ficar "invertido", ou seja, com o presente mais caro que o futuro. Nesta terça-feira (7), o contrato maio/23 encerrou valendo 182,55 cents/lbp, enquanto maio/24 encerrou o dia negociado por 178,60 cents/lbp.
"Esses valores nos faz entender que o operador está pagando mais hoje do que em 2024 porque ele entende que em 2024 terá mais café, sobretudo café brasileiro", acrescenta.

MERCADO TRAVADO
O momento mais "travado", segundo o analista, é característico do período de entressafra. O produtor aguarda por preços mais atrativos e após as chuvas das últimas semanas também avalia o volume, aproveitando janela de sol para realização dos tratos culturais. "Quando a estação chuvosa parar de fato teremos uma definição melhor da safra, mas até lá teremos muita incerteza e com o mercado operando com as variações que estamos observando", comenta.
Haroldo chama atenção ainda para a origem dos cafés aprovados hoje na ICE. Brasil e Honduras continuam sendo os maiores fornecedores, com diferença mínima entre os dois países.
O volume de exportação hondurenha, que movimentou o mercado nos últimos dias, justifica a leve recuperação em comparação com os meses anteriores. O país se recupera, a os lentos, dos problemas climáticos enfrentados nos últimos anos com excesso de chuva e furacões.
"Não podemos deixar de mencionar que esse volume do Brasil na ICE mostra a qualidade que o café brasileiro está apresentando. Mostra que continuamos competitivos e com oportunidades", concluí.

DÓLAR
Haroldo comenta ainda a importância de seguir acompanhando a variação cambial para as próximas semanas no mercado de café. Há algumas semanas o boletim Focus mantêm a estimativa do dólar em R$ 5,25 para 2023.
"Mostra estabilidade por mais confuso que seja esse novo governo. O mercado não se mostrou, até agora, tão instável como era imaginado. Chamamos isso de mercado técnico, além das questões políticas. É o mercado vendo onde se pode ganhar mais dinheiro e isso é muito bom em termos de economia de mercado", acrescenta.
Afirma ainda que dias de volatilidade são esperados pelo mercado, mas que os bons volumes de exportação do Brasil, considerando outras commodities, mostra que o mercado está fluindo. "Teremos dias de altos e baixos, mas de modo geral, podemos considerar essa estabilidade positiva para economia de mercado", finaliza.
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