Cecafé participa de evento que destaca importância do café ao ES e ao país 613a3a
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) esteve presente na segunda edição da Semana Nacional do Café, conhecida como "Coffees", realizada de 26 a 28 de abril, em Vitória (ES), pelo Instituto a de Barro, com apoio do Governo do Espírito Santo. O evento tem o objetivo de criar oportunidades de negócios, promover a troca de conhecimento e conectar o setor cafeeiro com o público. 1u5g
Segundo o presidente da entidade, Márcio Ferreira, a "Coffees" também tem o intuito de valorizar a produção de café no Estado e mostrar as tendências no Brasil e no mundo, destacando a diversidade de tipos, as técnicas utilizadas e o terroir de cada região, que resulta em cafés diferenciados e reconhecidos internacionalmente.
“O café capixaba e o brasileiro, atualmente, estão nas vitrines do mundo todo e é um privilégio poder divulgar não apenas o produto, mas o conceito do que representam, suas qualidade e sustentabilidade e a história dos produtores por trás deles. Hoje, temos cafés muito especiais nas Montanhas, no norte do Espírito Santo, que se destacam em qualidade, quantidade, sustentabilidade, geolocalização e muito compromisso social. E a Coffees possui esse diferencial de permitir que evidenciemos isso aos capixabas, ao Brasil e ao mundo”, destaca.
Do lado econômico, Ferreira calcula que o ES tem uma relação com café proporcionalmente até maior do que em Minas Gerais. “Para a economia capixaba, o café é infinitamente mais importante, representando de 35% a 37% do PIB do Estado. Com exceção à capital Vitória, todos os municípios cultivam o produto e os cafeicultores aprenderam a produzir cafés de excelência, contribuindo sobremaneira com a economia estadual”, comenta.
Ele aponta que os cafés do Espírito Santo vivem um momento especial, com os canéforas “virando a menina dos olhos do mercado” e ampliando seus embarques. “O Estado ou de uma exportação de 50 a 100 mil sacas por mês para atuais 600 mil a até 700 mil sacas. Assim, as remessas capixabas ao exterior, incluindo arábica, e majoritariamente de canéforas, podem se aproximar de 10 milhões de sacas no ano e isso demonstra que, ao se produzir com qualidade, teremos compradores no Brasil e em todo mundo”, analisa.
O presidente do Cecafé completa que a tendência global é aumentar a participação dos cafés canéforas no blend, o que é importante ao Brasil – segundo maior produtor global dessa espécie –, em especial ao Espírito Santo, principal produtor nacional.
“A demanda por conilon e robusta é cada vez maior e, com o respeito socioambiental, a qualidade e a excelência que a atividade possui, derivados de investimentos em pesquisas, tecnologia e inovação, alcançando novos clones resistentes a acidentes climáticos, pragas e doenças, que geram maior produtividade, estamos preparados para que esses nossos cafés abram cada vez mais portas e atendam à crescente demanda mundial, em meio a rigorosas exigências ambientais e sociais do comércio”, pontua.
No evento, ele recordou que o Cecafé, mesmo sendo o legítimo representante do setor exportador no Brasil, também prima em trazer ao produtor a relevância que ele tem na cadeia produtiva, realizando programas voltados ao campo e a seus atores, bem como atuando para que os cafeicultores tenham renda digna e qualidade de vida.
“O Brasil se destaca no ree do valor total da exportação ao produtor. Para cada saca de conilon remetida ao exterior, por exemplo, 93% desse montante vão ao produtor. No arábica, cerca de 87% ficam com o cafeicultor. O restante, basicamente, são despesas de exportação, de preparação do café, questão logística e uma margem pequena, mas suficiente ao exportador”, indica.
Conforme Ferreira, em outros países exportadores, esse valor ao produtor oscila entre 60% e 70%, mas há casos, como, por exemplo, na África, onde somente 45% do preço de exportação ficam com os cafeicultores. “Para nós, do Cecafé, é um orgulho que o Brasil possua o maior valor da exportação transferido ao produtor, que é quem realmente faz a máquina funcionar a partir da lavoura, trazendo esses cafés com excelência ao mercado”, enaltece.
Outro ponto destacado pelo presidente do Cecafé na “Coffees” foram a atuação e os trabalhos que a entidade realiza voltados à geolocalização e à rastreabilidade para atender a demandas específicas de cada país ou continente consumidor.
“Hoje, em função do Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento, demanda-se café geolocalizado e, principalmente, de área não desmatada. Essa é uma tendência que se estenderá ao mundo, como já temos observado nos EUA e em países Ásia. Ao respeitar as questões ambiental e social, nossos cafés avançam muito, porque a legislação brasileira é, há muito tempo, bastante rígida, o que faz com que o nosso produto chegue lá fora em outro patamar, o que é muito bom, porque traz preços melhores. Não existe almoço de graça. Nós vamos entregar ao mundo o que a legislação pede, mas o mundo precisa pagar pela excelência que estamos entregando”, conclui.
Considerado o maior evento de café do Espírito Santo, a “Coffees” abordou diversos temas relevantes à cafeicultura brasileira e mundial, focados no respeito aos critérios da governança socioambiental e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como "ESG: a sustentabilidade e o mercado de café", "O papel das mulheres na evolução dos cafés especiais", "Indicação Geográfica dos cafés especiais", "Sustentabilidade e agricultura regenerativa na produção de café", além de diversas outras ações voltadas a todos os segmentos da cadeia produtiva.
0 comentário 5m3a5l

Colheita de café do Brasil atinge 20% do total e se aproxima da média, diz Safras & Mercado

Nova safra de café robusta consolida os preços mais baixos no fechamento da sessão desta 6ª feira (30)

Expocacer adota gestão preventiva para driblar os gargalos logísticos dos portos brasileiros

Colheita de café na Alta Mogiana segue lenta, com produtores aguardando melhor maturação do grão

Mapeamento de qualidade de café auxilia cafeicultores na identificação de cafés especiais no Cerrado Mineiro

ICE mudará precificação de contratos de café arábica para toneladas métricas