As cotações avançaram, apesar da queda registrada no câmbio. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana fechou a R$ 2,6940 na venda, com perda de 0,78%. Na mínima do dia, o dólar chegou a tocar o nível de R$ 2,6885. Segundo informações da agência Reuters, os rumores de que Graça Foster poderia deixar o cargo da Petrobras e também do bom humor do mercado externo.
Nos últimos dias, o mercado tem acompanhado a movimentação do dólar. Já a partir desse mês, a expectativa é que o mercado comece a observar as projeções para a safrinha.
Mercado interno
No mercado interno brasileiro, o dia foi de poucas negociações. A maioria das praças mantiveram os valores e, apenas no Porto de Paranaguá, o valor subiu 1,72%, com a saca a R$ 29,50 para entrega em outubro de 2015, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Em Jataí (GO), a cotação recuou 1,00%, e a saca era cotada a R$ 19,80.
Para o analista de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, o mercado tem andado de lado nos últimos dias. "Temos fatores altistas e baixistas rondando o mercado. Os estoques são elevados, para o final dessa safra, a projeção é de 18 milhões de toneladas, e temos a pressão com início da colheita da safra de verão e maior disponibilidade do produto", explica.
Em contrapartida, há a redução na área destinada ao milho na primeira safra e as incertezas climáticas, que refletem em uma estimativa de recuo na área e dos investimentos da safrinha, conforme sinaliza o analista. "As exportações brasileiras é um fator que tem contribuído para que os preços não caiam. Até a 5ª semana de janeiro, as exportações brasileiras de milho totalizaram 3.195,4 milhões de toneladas, o que surpreendeu o mercado", diz Ribeiro.
Em relação à safrinha, o analista ainda ressalta que, a janela ideal de plantio ficou bastante estreita devido ao atraso no plantio da soja. "Com isso, área menor e também uma diminuição nos investimentos, acreditamos que os preços deverão ficar mais firmes no médio e longo prazo", ressalta o analista.
Bolsa de Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta terça-feira (3) com altas de mais de dois dígitos. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 15,25 e 16,00 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,85 por bushel e os vencimentos mais distantes retornaram ao patamar dos US$ 4,00 por bushel.
De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, depois das quedas expressivas observadas recentemente, as cotações voltaram a subir. "No nível abaixo dos US$ 3,60, o mercado se torna comprador. Assim, tivemos mais um apelo técnico que deu e aos futuros do cereal e fez com que recuperasse o nível dos US$ 4,00 por bushel", destaca.
Além disso, a forte alta observada nos preços do petróleo também acaba influenciando o mercado do cereal. O petróleo subiu mais de 2%, com preço ao redor de US$ 57 o barril. Por outro lado, as especulações em relação ao conflito entre a Ucrânia e Rússia, também ganham espaço no cenário internacional. "Se as exportações ucranianas ficarem comprometidas, em função dessa situação, os mercados asiáticos terão que buscar os grãos nos Estados Unidos e na América do Sul", acredita Brandalizze.
Contudo, o andamento da safra da América do Sul começa a ser observada pelos investidores, conforme sinalizam os analistas. Na Argentina, a safra deverá ser maior do que o esperado e, no caso do Brasil, há a colheita do milho da safra de verão, há relatos de produtividades favoráveis em algumas localidades.
Veja como fecharam os preços nesta terça-feira:
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