Dólar sobe quase 1% puxado por exterior e fecha semana acima dos R$5,70 225hl
1j85s
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a sexta-feira com alta firme e novamente acima dos R$5,70, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana no exterior após novos atritos comerciais entre Estados Unidos e China, em sessão marcada ainda pela disputa no Brasil pela formação da taxa Ptax de fim de mês.
O dólar à vista fechou em alta de 0,96%, aos R$5,7205. Na semana, a divisa acumulou elevação de 1,30% e, no mês, avanço de 0,78%.
Às 17h26, na B3, o dólar para julho -- que ou a ser o mais líquido nesta sexta-feira -- subia 0,94%, aos R$5,7590.
Desde cedo os negócios com moedas foram impactados por declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, acusando a China de violar um acordo entre os dois países para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais sobre minerais essenciais.
Os receios em torno da guerra tarifária entre EUA e China penalizaram ativos de países emergentes ao redor do mundo, incluindo o real.
No Brasil, as cotações do dólar também foram contaminadas durante a manhã pela disputa entre comprados e vendidos pela formação da Ptax do fim de maio.
Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Assim, após marcar a cotação mínima de R$5,6569 (-0,17%) às 9h01, logo após a abertura, o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,7420 (+1,34%) às 11h56 -- perto de uma das janelas de coleta do BC para formação da Ptax.
O BC coleta valores para a Ptax em janelas próximas das 10h, 11h, 12h e 13h, o que normalmente intensifica a volatilidade nestes horários.
Formada a Ptax (R$5,7087 na venda) no início da tarde, o dólar ou a oscilar sem a pressão técnica, o que desacelerou as cotações. Ainda assim, a divisa se manteve em alta firme ante o real.
“O dólar está subindo lá fora, e é claro que o mercado no Brasil anda junto com este movimento”, comentou durante a tarde João Oliveira, head da mesa de operações do Banco Moneycorp, ao justificar o avanço da moeda norte-americana ante o real.
“Também continuamos com a discussão sobre o IOF, que não acabou e não deve acabar tão cedo. A semana foi inteira impactada por isso, e hoje continua”, acrescentou.
Na semana ada o governo Lula anunciou elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para uma série de operações cambiais e de crédito, para aumentar a arrecadação e, deste modo, cumprir sua meta fiscal.
Ainda que o governo tenha voltado atrás em algumas medidas, as demais seguem ameaçadas pela ação do Congresso, que pressiona pela derrubada do decreto que alterou alíquotas do imposto.
Tanto o mercado de renda fixa quanto o de câmbio seguiram operando nesta sexta-feira atentos às discussões sobre o IOF.
A divulgação pela manhã da alta de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre do ano, na comparação com os três meses anteriores, teve impacto direto na curva futura de juros, mas acabou ficando em segundo plano no mercado de câmbio.
No exterior, às 17h24 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,15%, a 99,406.
0 comentário 5m3a5l

Ibovespa fecha em queda com realização de lucros, mas acumula alta em maio

Dólar sobe quase 1% puxado por exterior e fecha semana acima dos R$5,70

Juros futuros sobem puxados por PIB forte no Brasil e desconforto com IOF

Trump diz que conversará com Xi e espera resolver questão comercial

Governo do Japão diz que concordou com os EUA em acelerar negociações comerciais

Wall Street teme que imposto sobre investimento estrangeiro reduza demanda por ativos dos EUA