Publicado em 28/07/2015 17:11
S&P piora perspectiva de nota do Brasil e mercado financeiro fica em alerta. Para o agronegócio um rebaixamento da nota pode significar dólar mais forte e financiamentos mais caros
Após a agência de classificação de risco Standard & Poor's - S&P mudar a perspectiva da nota do Brasil de estável para negativa, na última terça-feira (28), o mercado financeiro segue em alerta e no agronegócio o rebaixamento pode significar um dólar mais elevado com financiamentos mais caros.
Segundo o economista André Perfeito, a perspectiva negativa da nota do Brasil – com apenas um degrau acima do nível especulativo – mostra que não perdemos grau de investimento, mas podemos estar próximo disso.
“De fato tivemos uma queda na nota e, quando essa perspectiva é negativa, eles apontam principalmente para a política – que segue em um momento bem complicado. A Lava Jato, por exemplo, tem atingido diversos parlamentares e isso atrapalha ainda mais o processo de ajuste fiscal”.
Ainda segundo ele, a questão em pauta não é tão complicada. “A agência de risco está tentando monitorar os investimentos para saber se o país tem condições de diminuir a dívida a longo tempo. Com isso, tem a economia que está desacelerando e esse processo tem a ver com o reajuste fiscal. Quanto mais a gente faz ajuste, mais difícil fica para atingir as metas, ou seja, estamos em uma sinuca de bico”, diz o economista.
No entanto, na prática, esse rebaixamento da nota significa menos investimento para o país, mas explica que são três agências que tiram o grau de investimento e, em duas seguimos no degrau mínimo. “Além da nota mínima, o Outlook é negativo, o limite que estamos é que é perigoso, porém temos que pensar à diante”.
Para o setor do agronegócio no país, ainda segundo Perfeito, a tendência é de desvalorização do real. “Com a moeda brasileira valendo menos, ainda sim alguns agricultores podem conseguir preços melhores nos portos para algumas safras. Por outro lado, o dinheiro fica mais caro e, com o dólar valorizado, os juros são maiores. O custo para financiar a agricultura no Brasil fica mais alto”.
Com isso, o real segue depreciado, mas os juros elevados trazem dinheiro para o país. “O agricultor, tem que pensar no mercado externo também. Tivemos a China nessa última semana com as bolsas atingindo queda de 8%”, relata.
Outra vertente observada pelos produtores agrícolas é a questão do crédito, bem como o custo do financiamento desse crédito. “Com a inflação mais alta o juros acompanha e, essa semana tem o COPOM - Comitê de Política Monetária, que tende a subir a taxa da Selic - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Se o Brasil sofre uma nova queda no degrau das agências de classificação, teremos de fato um grande problema, porque perdemos o grau de investimento e vamos para grau especulativo. Botar dinheiro no Brasil exige mais risco e risco requer maiores pagamentos”.
Diante desse cenário polêmico de crise, o analista explica que o problema está na política do país e não em sua economia. “O erro do Brasil é que não se sente liderança, o presidente do congresso nacional, Renan Calheiros, se tornou uma figura que está deteriorando todas as possibilidades de reajuste na economia brasileira. Porque o Brasil tem como trabalhar, tem capital, empresas produtivas no agronegócio, portanto é um problema político. Se as agências decidirem diminuir o grau do Brasil, não vamos conseguir um reajuste fiscal, por isso é necessário se ter bom senso”, finaliza.
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Por:
Aleksander Horta//Nandra Bites
Fonte:
Notícias Agrícolas
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